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Foto do escritorHigen

Escócia, século XIX (Relato de Regressão, parte II)

Segue mais um relato do que vi nas minhas investigações




Me vejo no alto de um promontório, dia nublado, vento frio batendo. Vejo pedaços de um vestido branco se agitando ao vento, acho que eu estou usando esse vestido.

Olho para o mar, vejo os rochedos, o mar está bem revolto. Não sinto nada, mas é um nada perigoso. Sinto que se eu cair de lá, não vou me importar. Eu estava noiva. Sinto arrepios do lado esquerdo. O nome DOMNALL me vem à cabeça.

Agora vejo uma imagem bem de perto do manto da Virgem Maria, azul escuro, em veludo, cravejado de pedras vermelhas e douradas. Esta imagem está em um altar, e eu estou na frente desse altar. Parece ser uma igreja barroca, escura e cheia de adornos, parece ser uma igreja românica. O nome CATEDRAL DE SAINT MARY me vem à mente.


Eu não era a mulher do alto do promontório, eu sou o padre na igreja, que estava vendo essa mulher que eu gostava. O noivo dela morreu e ela queria se matar.

Meu cabelo estava cortado em tigelinha com a careca no centro. Tinha uma pessoa mais velha na Igreja que eu considerava meu mestre. De pensar nela, eu me sentia reconfortado.


Eu gostava da moça, mas escolhi continuar sendo padre. E o que me manteve na decisão foi querer ser como esse meu mestre, de não decepcioná-lo. Mas estou rezando porque estou preocupado com a moça do promontório.

Ela se atirou do promontório, e me entregaram a aliança dela.

Sinto uma leve culpa pelo ocorrido, sinto que sou uma pessoa mesquinha, do tipo “se não posso ficar com ela, então ninguém mais vai ficar”.

Eu uso cinta de silício. Meu corpo está todo sangrando com marcas que eu mesmo faço.


Eu guardei a aliança no meu quarto, e era a única coisa de valor que eu tinha ali. Sinto que deveria ficar muito perturbado pela morte dela, mas não sinto nada.

Fiquei muito tempo sem dormir, me penitenciando no meu quarto, chorando e me dando chicotada. Cada vez que olhava para o anel, dela, me sentia destruído. Sim, eu fiquei MUITO TRISTE pela morte dela. A cada vez que eu segurava o anel dela na mão (na mesma mão que eu segurei a mão do Mestre do barco, a direita), me dava uma sensação muito ruim de impotência, culpa. E quanto mais eu segurava o anel, mais eu me chicoteava.


Eu mantive esse anel comigo pelo resto da vida, e eu o escondi em uma caixinha de madeira que ficava debaixo do meu travesseiro. Eu dormia num claustro muito simples, com grades na porta. Depois disso virei uma pessoa muito seca, austera. Construí uma carapaça ao meu redor para não sofrer mais, e parei de sentir qualquer coisa por qualquer pessoa. A única coisa que me fazia ter algum tipo de sensação era estar perto do mestre ou segurar o anel.

Passei o resto da minha vida enfiado em bibliotecas lendo pergaminhos, coisas antigas, eu procurava algo nos livros, uma resposta, sei lá.

Estou velho, uso uma lupa bem forte. Minhas mãos estão enrugadas, e eu continuo procurando.


Esse meu mestre já tinha morrido, mas eu conseguia conversar com ele de noite no meu claustro. Conforme fui envelhecendo, deixei de me martirizar tanto, de usar o silício, mas ainda sentia muita dor por dentro. Mantive segredo desse meu contato com o mestre, porque sabia que se descobrissem, seria mandado para a fogueira.

Eu morri em cima de um livro, procurando. Eu tive um infarto, e meu dedo estava em cima de uma palavra, HELLQVIST. As letras eram góticas.

Meu mestre veio me buscar, me sinto jovem de novo, mas ainda estamos no mosteiro. Perguntei para ele: “Nós morremos mas continuamos aqui?”.

Ele disse que o que eu estava procurando nos livros, eu precisava encontrar.

Fiquei frustrada por ficar presa, não conseguia sair de lá. Fiquei lá por muito tempo, e isso me dava angústia.


Só via esse meu mestre comigo, ele me ajudava a procurar. Eu já sabia que tinha morrido, queria sair de lá, mas não consegui.

Fui eu quem fez a cerimônia de enterro da moça do promontório, e foi nessa hora que peguei o anel dela.


Comecei a sentir saudade do Mestre do Barco, a angústia da saudade. Passaram-se uns 50 anos da minha morte, e nada mudava. Nunca mais vi o Mestre do Barco, nem nas colônias espirituais. Talvez eu estivesse procurando nos livros o motivo de eu sentir essa saudade.


A sensação de estar presa no mosteiro passou, mas não sei o que aconteceu. Eu saí de lá, e foi o Alberto quem me tirou e me recebeu no chalé. Ele está sentado na minha frente, perguntando como estava o meu ombro.

Ela falou que eu precisava parar de encarnar como padre ou religioso, porque isso não estava adiantando, eu estava cometendo os mesmos erros e não estava fazendo nada de bom. Eu disse que essa era a única coisa que eu sabia fazer, ou era a única coisa que me deixava segura.

O mestre do mosteiro continuou preso no mosteiro.

Alberto me dá uns chacoalhões morais. Ele tem uma fala muito firme, mas não me magoa.


Estou andando na beira daquele rio. Estou preocupada pois sei que vou ter que reencarnar de novo, e sei que vou cometer os mesmos erros.

Tem um senhor hindu perto de mim, com um turbante laranja, e ele diz que eu preciso querer fazer as coisas diferentes para fazer tudo diferente. Enquanto eu continuasse enfiada em igreja fazendo tudo do mesmo jeito, seria uma encarnação desperdiçada.


Perguntei para ele onde estava o meu Mestre, e ele disse que ainda não era hora de reencontrá-lo. Só de perguntar do Mestre, sinto toda a dor da saudade.

Estão comigo o Alberto e o hindu. O lugar é bonito, mas sombrio. O nome do hindu é Hanuman.


Eles estão falando muitas coisas comigo, mas não consigo ouvir. Me sinto angustiada por causa da iminente reencarnação, pois sei que vou falhar. Eu sou covarde, alguma coisa que aconteceu comigo e me magoou foi que me jogou nessas vidas dentro da igreja.


Depois dessa encarnação do Mestre do Barco é que comecei a me enfiar em igreja.

Eu queria ser livre de novo, voltar a ser uma pessoa normal, que pode fazer o que quiser, sem ter que seguir os dogmas da igreja. Queria ser livre de novo.

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Curiosamente, eu já sabia desta vida uns 10 anos antes de fazer a regressão. Minha mãe fez um tratamento com uma terapeuta de regressões que viu flashes desta minha vida monástica, me viu com a cinta de silício, meu amor platônico pela mulher do promontório.


E o Hanuman está encarnado hoje em dia, eu o conheço. Ele é meu Professor de artes marciais :)


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